O 15 de dezembro foi o grito de explosão de uma geração que cresceu torcendo fielmente ao Santos mesmo com times fracos, longe das conquistas e naquele que era o pior período do clube nos gramados.
Sim. Foi a maior conquista do Santos Futebol Clube neste século. Para os torcedores que viveram os 18 anos de seca nas conquistas. Os times não eram bons, competiam contra os grandes clubes do país e do Estado, mas, sempre ficávamos no meio do caminho.
Passamos pelo baque de 2001. De amarga lembrança. mais um ano, outro título ficando para trás e a esperança de novos títulos ficando mais uma vez, distante.
O 15 de dezembro de 2002 é o grito que estava entalado que saiu como um berro de libertação. Enfim, ganhamos. Enfim, somos campeões! E do Brasileiro contra nosso maior rival. Não há como não definir como a maior conquista.
Chegamos para a fase final com a 8ª melhor campanha. Derrubamos o favorito São Paulo, deixamos no caminho o forte Grêmio e chegamos a decisão improvável para os especialistas mas, cheios de favoritismo pela nossa torcida.
Era o Santos na final. E contra eles. Dois jogos, Morumbi dividido. Tínhamos uma equipe forte e confiável que cresceu no momento decisivo do campeonato. Dominamos o primeiro jogo e no segundo, a esperada pressão do Corinthians parou na excepcional atuação de Fábio Costa.
Estava lá. Presenciei ao lado de outros milhares de apaixonados e sofridos Santistas a épica conquista das pedaladas, as defesas milagrosas e de uma conquista marcada por um legado do Santos: Os Meninos.
Ganhamos. Derrubamos um tabu. Derrotamos o improvável e fizemos história. É maior que o 21 de junho de 2011. Resgatou nosso orgulho e trouxe o Santos de volta ao protagonismo.
Foi um grito. Uma explosão de alegria. Descer a serra para comemorar. Sonhávamos com essa cena. Agora, vamos realizar. Tivemos outras. Mas, não tão marcante e memorável como esta de 15 de dezembro de 2002.
As conquistas do passado jamais serão esquecidas e precisam servir sempre de espelho para o futuro. Mas, nunca usar o que foi feito no passado no presente. Não podemos depender do acaso. O Santos precisa se profissionalizar para voltar aos dias de glória.
E como um grito de independência, “Salve 15 de dezembro, torcedor Santista”!
André Mendes – Jornalista – MTb 35.270