De Reino do futebol ao ostracismo

Pessoas incapacitadas e gestões omissas condenaram o Santos ao momento atual onde as conquistas estão longe e a perspectiva de futuro inexiste.

De que forma podemos explicar a decadência pela qual passa a história do Santos Futebol Clube? Como presidentes, conselheiros (não todos), diretores, pessoas ligadas ao clube deixaram – e seguem deixando uma marca como o Santos, ir ladeira abaixo em sua gloriosa e imponente história?

O período de ouro do clube, nos anos 1960, quando tínhamos irretocavelmente o maior time de futebol do mundo, não foram suficientes para que esse legado fosse perpetuado. O que faltou? O que deixou de ser feito pelas pessoas que estavam à frente do clube?

Nos anos seguintes, em especial após a Era Pelé, foram escassos momentos de conquistas e glórias. Natural, após mais de uma década de sucesso em exibições mundo afora e o fim – absolutamente normal, daquele time que todo torcedor sabe na ponta da língua.

É fato que a exposição não era como nos dias atuais, mas, o Santos rodava o mundo que parava para assistir ao Santos de Pelé, a marca principal que estava ligada ao clube  e que simplesmente ninguém soube transformar essa ligação e tudo que era conquistado tanto em títulos como em dinheiro, em estrutura para um futuro em que o clube teria o mesmo sucesso de imagem como por exemplo, o Real Madrid?

Santos e Pelé, uma simbiose que jamais será desfeita. E ninguém que passou pela cadeira de Presidente do clube conseguiu de alguma forma transformar em marketing, fazendo com que esta associação íntima com o maior jogador de futebol de todos os tempos trouxesse para o Santos este retorno de imagem, exposição e vendas.

Os anos se passaram, as conquistas foram ficando cada vez mais raras assim como as excursões e as voltas ao mundo – esse ponto muito em culpa pelo calendário do futebol brasileiro e a passividade dos clubes em aceitar tudo que a CBF e as federações estaduais acabam impondo.

O Santos, mesmo com sua imagem ligada ao Atleta do Século, o homem que é considerado como “a expressão máxima do futebol”, não gozava mais da mesma visibilidade de outrora. E o que as pessoas responsáveis pelo clube fizeram para mudar isso? Nada.

Anos e anos de gestões incompetentes, pessoas despreparadas e que pouco ou praticamente sequer se importavam com o clube passaram pela sua história sem que ninguém trouxesse o clube para o seu lugar de merecimento de ser uma potência do futebol mundial.

Paramos no tempo. E hoje, o clube segue a mesma cartilha de anos de incompetência, letargia e a cada ano, enraizado no provincianismo do lema “o Santos é de Santos”.

Não. Não somos um clube de bairro – com o maior respeito a estas agremiações que foram e são importantíssimas para manter vivo o legado do esporte. O Santos é um clube do mundo, uma marca que ultrapassa as fronteiras e tem em seu escudo, cores e na imagem do maior jogador de futebol de todos os tempos, seu nome conhecido e reverenciado por onde passou.

Que passar pela humilhação de disputar uma Série B do Campeonato Brasileiro tenha sido um momento de aprendizado e de abertura de novos caminhos para o clube. Até o momento, tudo parece a mesma letargia e incompetência. Ainda sonhamos com um clube de futuro. Até porque, nem um clube do futuro somos hoje.

André Mendes – Jornalista – Mtb. 35.270

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