Desespero e bagunça

Passado um mês da conquista do acesso à Série A o Santos segue sem treinador, reforços e perdido sob o comando de Marcelo Teixeira

Dezembro de 2023. O Santos Futebol Clube caiu para a Série B do Campeonato Brasileiro. Vexame, humilhação, vergonha para uma torcida que há três anos jogava junto e empurra o time carente de jogadores de qualidade que pudessem honrar a camisa que vestiam.

Hoje, dezembro de 2024. O Santos voltou à Série A no dia 11 de novembro, após a vitória sobre o Coritiba, fora de casa. No dia 18 de novembro, demitiu Fábio Carille. Terminou a Série A sob o comando de Leandro Zago.

A temporada acabou para o clube em novembro, mais precisamente no dia 24. Desde então, esperava-se que o clube colocasse em ação o planejamento para a duríssima temporada de 2025 que envolve, além do Paulistão e Copa do Brasil, a Série A do Campeonato Brasileiro.

Hoje, dia 19 de dezembro e o Santos já recebeu a negativa de treinadores, reforços não chegaram, Alexandre Gallo segue a frente da montagem do elenco e comissão técnica para 2025 e até agora, nada.

Apenas discursos vazios e nada de efetivo. Nomes surgem a cada momento para o cargo de diretor técnico do time, reforços, saídas, retornos de emprestados, mas até agora, a única certeza que o torcedor do Santos tem é: como vamos competir na Série A se os responsáveis pelo comando do clube estão perdidos, sem rumo?

A busca pelo treinador não parece ter planejamento algum no que diz respeito a metodologia de trabalho, ideias de jogo, trabalho com atletas jovens, nada. A ver pelos nomes cogitados e os efetivamente procurados, essa impressão é mais do que certa. Não sabem o que fazer.

Entre perdidos e sem rumo, o Santos está há menos de um mês para o início da pré-temporada de 2025 e ao que tudo indica, o elenco será o mesmo de 2024, tirando os atletas cujos contratos se encerram em 2024, o retorno dos jogadores emprestados e atletas da Base que podem – ou não, ser aproveitados no elenco principal.

Acreditar que o ano mágico de 2002 se repita é improvável e de uma irresponsabilidade em tamanho por parte da direção do clube. Marcelo Teixeira parece um dirigente estacionado nos anos 1990 e batendo na superstição para imaginar que tudo pode se repetir em 2025.

Aviso: o futebol mudou, se profissionalizou, pessoas sérias estão à frente dos clubes, SAFs estão presentes no Brasil e a estrutura mudou. Não se faz mais futebol com dirigentes de pensamento retrógrado e que se consideram malandros da bola. O modelo do futebol brasileiro feito aos remendos acabou. Ou profissionaliza ou desaparece. Não há outra saída.

Se os que lá estão não acreditam que tudo mudou, saiam. O profissionalismo chegou no futebol e não há mais volta. E se o Santos seguir neste ritmo, o futuro que já é incerto passa a ser desesperador.

Ou muda, ou desaparece. E a nossa história, uma das mais lindas do futebol, não merece o tratamento que a atual gestão entrega. Já foi manchada pelo rebaixamento e hoje é arranhada pela incompetência e irresponsabilidade dos que deveriam trabalhar para fazer, de fato, o Santos grande novamente.

André Mendes – Jornalista – MTb 35.270

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