Quarta-feira, dia 6 de dezembro de 2023. O dia em que o torcedor Santista acordou preparado para aquele que seria o mais importante jogo da história recente do clube, a rodada 38 do Campeonato Brasileiro. O Santos dependia somente de suas próprias pernas para evitar um vexame jamais imaginado: o rebaixamento.
Mas, o desfecho fatídico desde dia 6 não se resume somente à atuação deprimente que culminou na vergonha da queda para a segunda divisão do futebol nacional. O Santos teve chances nas rodadas anteriores para escapar do descenso e desperdiçou.
Apenas para citar os últimos cinco jogos, foram dois empates e três derrotas, sendo a última, a derradeira ante o Fortaleza. Antes, empates com o São Paulo na Vila, Botafogo no Rio, derrotas para o Fluminense em casa, Athlético fora e, o jogo final.
Esse rápido resumo é apenas para ilustrar o ano medíocre e cheio de problemas dentro e fora de campo, uma gestão despreparada e totalmente alheia a realidade de um clube sem comando, com pessoas inaptas e incapazes – a começar pelo então presidente Andres Rueda, e o departamento de futebol, com paulo Roberto Falcão. Um profissional que parecia estar vivendo em outra dimensão e não na realidade a qual o Santos se encontrava: um navio à deriva.
No início do ano, o time não se classificou para a fase final do Paulistão pelo terceiro ano seguido e ainda terminou a fase inicial humilhado pelo Ituano. Nos anteriores, lutou contra o rebaixamento no Estadual sendo 2022 o pior deles, terminando na 14ª colocação, o primeiro acima dos rebaixados. Os anos anteriores pareciam já preparar o torcedor para algo inimaginável e totalmente fora de qualquer hipótese na história do Santos Futebol Clube: o rebaixamento.
Se no Estadual as coisas foram de mal a pior, o Brasileirão 2023 começou do jeito que o Estadual terminou e com as insistência em manter uma comissão técnica ruim e um diretor de futebol desconexo da realidade. Os resultados ruins se acumularam e a tal melhora que todos bradavam nas entrevistas, nunca chegava.
Começou com Odair Hellmann, passou para Paulo Turra – ex-auxiliar de Felipão, que teria indicado seu nome para o comando do time e ficou pouco tempo, Diego Aguirre com mais uma passagem curta e, terminou o ano com Marcelo Fernandes, eterno auxiliar do clube e que sob seu comando, levou o time a respirar uma reação mas, não passou disso.
Uma sucessão de erros e de pessoas desconexas da realidade do Santos, decisões errôneas e sempre baseadas no discurso de que as coisas vão melhorar. As rodadas se passaram, as oportunidades foram perdidas e o rebaixamento chegou. A incompetência cobrou seu preço e o que os (ir)responsáveis diziam ser algo impossível, aconteceu.
O pesadelo chegou, a vergonha tomou conta do torcedor e o Santos estava na segunda divisão. Os erros foram provados e nada foi aprendido. A direção atual comete os mesmos passos da trágica campanha de 2023, contrata um ex-auxiliar para comandar o time e não aproveita a presença de Neymar no clube.
Todos os erros de 2023 estão se repetindo e o ano de 2023 parece que nunca acabou para o torcedor Santista. Os vexames são abafados por vitórias impensáveis, como contra o Flamengo e as derrotas e humilhações, acobertadas por notícias sobre a Arena que nunca vai sair – opinião esta de quem escreve.
Definitivamente, o ano de 2025 não existiu no campo para o Santos e essa volta à Série A parece mais com o pesadelo de 2023 do que um retorno de um clube que tem a mais linda história do futebol mundial mas, está a cada dia sendo destruído por aqueles que deveriam, pelas posições que ocupam, cuidar e fazer com que ela esteja sempre como protagonista e não como um mero participante e fadado a mais uma humilhação: um novo rebaixamento.
A hora de acordar é agora. Já sabemos como termina a demora para atitudes drásticas e que mudem a postura do time. É agora ou, a Série B é logo ali.
André Mendes – MTb 35.270